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Foto do escritorBruna Koroluk

Você sabe como o Coração Envelhece?

O aumento do número de idosos é uma tendência factual e não meramente perceptiva. A população mundial está vivendo muito mais, e o Brasil não está fora disso. Enquanto nas décadas de 1930 a espectativa de vida mal ultrapassava os 40 anos, hoje ultrapassamos os 70 anos.


Com uma parcela significativa da população alcançando idades avançadas, o segmento denominado "terceira idade" tem recebido atenção especial, especialmente devido à necessidade de cuidados mais intensivos relacionados à saúde, bem-estar e qualidade de vida desse grupo em expansão. A imagem de idosos que se aposentavam e permaneciam inativos em casa está permanentemente ultrapassada. Atualmente, há muitos indivíduos com 60 anos ou mais que estão ativamente envolvidos em atividades, que contribuiem para a sociedade, de forma economia, participando em maratonas, e explorando o mundo por meio de viagens.


Nesse contexto, o Médico Cardiologista desempenha um papel crucial, uma vez que as doenças cardiovasculares ainda representam a principal causa de mortalidade no país. Portanto, à medida que a população brasileira envelhece, há uma necessidade premente de direcionar uma atenção mais cuidadosa para as questões cardiológicas dessa população. Envelhecimento Cardiológico Fisiológico

O coração envelhece de forma natural à medida que os anos avançam, independentemente dos hábitos saudáveis ​​ou prejudiciais do indivíduo. Essa tendência é observada em praticamente todos os sistemas do organismo, incluindo o cardiovascular, que experimenta uma diminuição global na capacidade funcional e na tolerância ao esforço com o envelhecimento.


Contudo, em repouso, o idoso cardíaco não demonstra uma redução significativa no débito cardíaco. No entanto, em situações de maior demanda, seja regulatória ou patológica, a negociação de compensar pode falhar, levando a alterações clinicamente relevantes e eventos isquêmicos.


É importante mencionar que existem mudanças fisiológicas que ocorrem no sistema cardíaco à medida que a idade avança, distintas das que são observadas em condições patológicas. O diagnóstico desses sinais deve ser cuidado por um Médico Cardiologista, caso uma doença esteja presente, é crucial determinar a natureza dessa doença e o tratamento mais apropriado.


Sinais de Envelhecimento Cardiológico Fisiológico:

1. Aumento da pressão de pulso;

2. Rigidez arterial;

3. Diminuição da frequência cardíaca máxima;

4. Redução da variabilidade dos efeitos cardíacos;

5. Redução do débito cardíaco máximo.


Sinais de Doença Cardiovascular:

1. Hipertensão sistólica;

2. Obstrução arterial coronariana;

3. Fibrilação atrial;

4. Insuficiência cardíaca;

5. Fibrilação ventricular.


PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS

1. Arritmias:

Para realizar um diagnóstico preciso de qualquer doença cardíaca, é essencial começar com uma boa anamnese e exame físico. Isso significa fazer uma série de perguntas ao paciente e solicitar exames específicos. Dessa forma, podemos descobrir se o paciente idoso já possui alguma doença subjacente ou se está tomando algum medicamento, pois isso pode afetar os resultados de outros exames.

No caso do coração, um dos exames mais comuns é o eletrocardiograma. Ele nos permite verificar como o coração está batendo e se há alguma alteração na condução elétrica, que é o que faz o coração funcionar. É importante ressaltar que o aparecimento isolado de distúrbios de condução e arritmias cardíacas em idosos não significa necessariamente a presença de uma doença subjacente. Existem diferentes tipos de arritmias, como as supraventriculares e as ventriculares. O tratamento pode incluir o implante de um marca-passo, ablação utilizando radiofrequência ou laser, medicação e outras técnicas que têm avançado muito em termos de segurança.


Atualmente, essas opções são consideradas a terapia de primeira escolha em muitas situações envolvendo idosos.


2. Fibrilação Atrial:

A idade, o diabetes mellitus, a hipertensão arterial e as valvopatias são fatores de risco para o desenvolvimento da fibrilação atrial. Com o envelhecimento da população, a prevalência dessa condição tende a aumentar. É importante realizar uma avaliação detalhada em idosos para identificar as causas da fibrilação atrial relacionadas a outras patologias.

O tratamento deve ser personalizado, visando a prevenção de complicações, o controle da frequência cardíaca e a prevenção de recorrências. Dependendo da causa e do tipo de fibrilação atrial, podem ser utilizados medicamentos e até mesmo internação hospitalar para monitoramento prolongado.


3 – Hipertensão Arterial: Popularmente conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial é uma das principais causas de problemas cardiovasculares no Brasil. Caracteriza-se por uma pressão sistólica acima de 140mmHg e/ou diastólica acima de 90mmHg. Estudos mostram que a hipertensão está associada a doenças como AVC, doença coronariana, insuficiência cardíaca congestiva e insuficiência renal crônica.


O enrijecimento dos vasos sanguíneos é responsável pelo aumento da pressão sistólica em idosos. O tratamento deve levar em consideração não apenas os valores de pressão, mas também a presença de outras doenças. É importante personalizar o tratamento para evitar riscos de quedas de pressão perigosas. O profissional de saúde deve ter sensibilidade para tratar efetivamente a hipertensão, evitando considerá-la apenas um processo natural do envelhecimento, já que está associada ao desenvolvimento de outras doenças.


4 – Doença Arterial Coronariana: Afeta de 20% a 30% dos idosos e pode causar sintomas como fadiga, dor nas costas, dor no ombro e desconforto estomacal. O diagnóstico é feito por meio do teste ergoespirométrico, no qual o paciente caminha em uma esteira com velocidade gradualmente aumentada até um nível máximo específico para cada paciente. Alguns idosos podem não se sentir bem durante esse exame devido ao condicionamento físico debilitado, mas ele é extremamente importante para diagnosticar a doença arterial coronariana e avaliar a reação do coração ao esforço.


5 – Insuficiência Cardíaca:

Estima-se que a incidência dessa condição em pacientes acima de 80 anos possa chegar a 42 casos por 1.000 idosos por ano. Fadiga e intolerância ao exercício são sintomas comuns, e exames físicos completos são necessários para descartar outras doenças, como anemia ou doenças pulmonares. O tratamento envolve o uso de medicamentos, que variam de acordo com o diagnóstico do paciente.


É importante lembrar que um diagnóstico correto e um tratamento adequado são fundamentais para o cuidado do sistema cardíaco em idosos. Consultar um cardiologista regularmente é indispensável na terceira idade.





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