O ritmo cardíaco acelerado, as mãos trêmulas, as pernas inquietas, a angústia que toma conta, a irritabilidade que não se controla, a dificuldade em se concentrar, o sono perturbado, o rubor que surge, o suor excessivo, o ganho ou perda de peso sem explicação. Esses sinais lhe são familiares?
Pois saiba que esses são alguns dos principais indícios do transtorno da ansiedade generalizada (TAG), uma condição que tem preocupado a comunidade médica, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 9,3% dos brasileiros apresentam sintomas dessa patologia, um número três vezes maior que a média global, colocando o país no topo da lista de casos registrados.
É natural sentir ansiedade em certos momentos, como antes de um evento importante, uma entrevista de emprego, uma experiência nova, um teste, uma apresentação ou ao expressar ideias. A ansiedade é uma reação normal em situações que podem gerar expectativas, insegurança, medo ou dúvidas.
No entanto, quando esse sentimento se torna negativo ou paralisante, algo está errado. O excesso de ansiedade faz mal ao organismo. Quando o nível de ansiedade é desproporcional aos eventos que a desencadeiam, causa sofrimento e interfere na qualidade de vida, resultando em diversos sintomas físicos além dos emocionais, que afetam o desempenho familiar, social e profissional dos indivíduos.
Riscos para o coração:
Danos reais e cada vez mais comuns para o sistema cardiovascular. O estresse do dia a dia e a doença arterial coronária estão gerando um aumento nos episódios de ansiedade, podendo até levar a infartos em pacientes jovens. A ansiedade pode causar diversos efeitos no corpo, como aceleração dos batimentos cardíacos, constrição dos vasos sanguíneos, hipertensão arterial, obesidade e diabetes.
Em pessoas com predisposição genética ou fatores de risco, como o tabagismo, a doença arterial coronária pode se desenvolver mais rapidamente. Além disso, a ansiedade pode ser responsável pelo surgimento de arritmias, como a fibrilação atrial, que causa aumento dos batimentos cardíacos e mal-estar.
Desde os anos 2000, a cardiologia reconhece a ansiedade cardíaca, que é o medo de estímulos e sensações relacionadas a sintomas cardíacos considerados negativos ou perigosos pelo paciente. Essa síndrome causa sensações e dores recorrentes, mas sem alterações físicas que as expliquem, levando muitas vezes a diagnósticos desnecessários. Estudos mostram que a ansiedade cardíaca também pode ser relevante no tratamento de pacientes com doenças cardíacas, pois alguns passam a focar intensamente no funcionamento do coração e são dominados pelo medo e preocupação com os sintomas cardíacos.
A ansiedade tem cura? Muitas pessoas se sentem ansiosas por não saberem lidar com suas próprias expectativas, por não conseguirem se organizar dentro do tempo necessário e por se preocuparem excessivamente com o futuro. Pode parecer desafiador tratar e se livrar completamente da ansiedade, mas com disciplina, autoconsciência e tratamento especializado, é possível controlar esse transtorno.
Se você está enfrentando sintomas persistentes e de difícil controle, que já duram meses, é crucial buscar ajuda profissional para interromper esse processo. Uma avaliação médica ou com um psicólogo será capaz de indicar o tratamento mais adequado para você. Em alguns casos, pode ser necessário o envolvimento de uma equipe multidisciplinar, incluindo profissionais da área de cardiologia.
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